13 de jan. de 2012

... e estar dispostos à parte mais retraída do sol (onde a luz, frágil seda cintilante), recobria a intimidade noturna das frestas, das claves... dos corpos. Nossos corpos sempre suspeitos, parados à beira da espera. Desabar o horizonte era o que aprazia e dava um sentido inominado às horas, às tardes das horas, enquanto tudo se reduzia a prestes acontecimentos que, enfim, movimentariam novamente os itinerários musculares da vida: o ônibus quase a chegar, o pão quase a sair, o troco... antes disso, mais nada. Tíbio respirar. Primária função biológica que servia à existência, ao fôlego. No mais, eram ruídos pretéritos lá fora, paisagem imutável. O café esfriou em minha xícara.
Quem espera sempre padece de uma eternidade rarefeita.

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